terça-feira, 18 de maio de 2010

Por outro lado.

 

O modelo Zona Franca, criado para “desenvolver” e ocupar um grande espaço “vazio” e pobre da  Amazônia Legal, poderia ter outro viés, focado para uma atividade que na época de sua instalação, na década de 70, não era sequer um conceito, quanto mais indústria, como é hoje: O Turismo.

Fico imaginando o governo federal destinando recursos para a implantação de um modelo inovador de desenvolvimento que priorizasse a conservação do meio ambiente, a valorização da cultura e costumes regionais e a ocupação sustentável das regiões mais afastadas, favorecendo fortemente a permanência do homem nativo em sua região de origem.

Tudo isso está contido na prática do turismo moderno, hoje tratado como indústria que sustenta economias de dezenas de  países, desenvolvidos. Aqui no amazonas tínhamos tudo prá dar certo. natureza exuberante com imensa diversidade, atrativos exóticos, culinária diferenciada, enormes áreas para prática de atividades esportivas, recreativas e até mesmo místicas.

saiun Se em 1970 nosso País tivesse investido nessa linha, hoje teríamos Resorts e Hotéis de Selva, instalados em todos os municípios do estado. A malha aérea de transporte contaria com aeroportos pequenos, mas bem equipados e a a grande demanda de passageiros e cargas “jogaria” o preço das passagens para baixo. Haveria turismo para brasileiros, amazonenses e estrangeiros.

O maior ganho no entanto, seria a permanência do homem nativo em sua região. Não haveria o “inchaço” populacional, urbano com todos os problemas trazidos pela rápida expansão comercial que  gerou  emprego e renda apenas na capital. Manaus seria mais verde, organizada e menor. O espaço urbano estaria organizado, porque turismo de ponta, só com urnanismo também de ponta. Para ter qualidade ambiental a cidade com certeza teria preservado seus igarapés, cachoeiras, praias e nascentes.

O Estado privilegiado do Amazonas continuaria com suas florestas preservadas, sua gente bem alimentada, educada, cosmo politizada, saudável e sobrevivendo com dignidade, sem necessidade de trocar voto por comida, voto por camisa, voto por favores, voto por esperança de apenas sobreviver mais um dia.12nov09trilhaigarape011

 

 

Ocupar a Amazônia ainda é uma necessidade. O problema é com o que, como e quando. Este processo continua acontecendo sem planejamento, com muita propaganda e ganância.

Por outro lado, tem também muita gente trabalhando sério, investindo no conhecimento, na pesquisa, na inovação tecnológica, na educação e qualificação do homem nativo, na natureza preservada e nos recursos naturais explorados com sabedoria e respeito ambiental, embasado na sustentabilidade. Essa gente não gerencia milhares de reais. Trabalha com recursos escassos, muitas vezes tirados de seu próprio e desprovido bolso. Eles respeitam e amam de verdade o Amazonas. Um dia quando a miopia estatal for substituída pela clareza de uma nova ordem, estes brasileiros serão valorizados.

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