Está cada vez mais claro. A APP-Tarumã vai perder todos seus fragmentos de florestas. Não estamos falando de “moitas” urbanas com árvores ralas e ervas daninhas. Estamos nos referindo a milhares de hectares de florestas compostas por raras espécies da fauna e flora, apinhadas de nascentes, igarapés e seus igapós.
Tal agressão ocorre desde os idos tempos da Manaós. Tudo foi se acabando, mascarado de “desenvolvimento”. Assim nasceu no meio do mato bairros horrendos, que hoje são verdadeiras minicidades. As Zonas Leste, Norte e Oeste foram as últimas fronteiras devastadas.
Obras com selo federal, estadual e muncipal deram aval à destruição desenfreada. Os conjuntos residenciais – Cohabs – que prometiam moradia digna, transformaram florestas em desertos e igarapés em esgoto. O Preço de tudo isso está sendo cobrado hoje. Vivemos numa cidade quentíssima, poluída, “engarrafada” e completamente vulnerável às intempéries climáticas. Não é preciso ser um estudioso para prever calamidades nessa Manaus de hoje. O Prosamim por exemplo canalizou, aterrou e estreitou dezenas de igarapés. Bastará algumas horas de chuva ininterrupta para a obra desaparecer no meio da enxurrada. O Volume enorme de água, aliado à correnteza sem obstáculos nataurais, causará enormes danos.
A falta de florestas no entorno da cidade, que poderia agir como barreira para vendavais, já causou estragos no passado e a tendência não é animadora para o futuro. Cada vez mais distantes do meio urbano, estas florestas deixam de funcionar como reguladoras do clima mais ameno. Então, sem nada pelo caminho, os ventos serão cada vez mais fortes, durante as tempestades.
Para onde vamos com tanta pressa de destruir. Agora a APP-Tarumã que ainda abriga milhares de árvores, dezenas de cursos dágua, incontáveis nascentes e uma imensa diversidade de vida silvestre está sendo “urbanizada” em nome do Luxo.
São dezenas de Condomínios e projetos comerciais se instalando com enorme velocidade e sem qualquer tipo de planejamento. As Leis Ambientais não existem para estes segmentos desenvolvimentistas.
O que as pessoas não sabem é que o Tarumã abriga uma malária endêmica, animais extremamente peçonhentos e nuvens de insetos que deixariam qualquer ricaço enlouquecido em sua sala envidraçada. Animais como esta Jararaca de quase dois metros são comuns, entre Surucucus Pico-de-Jaca, Corais, aranhas Armadeiras, Caranguejeiras, lagartas neurotóxicas, piúns contaminados, leshimaniose e até jacarés.
Isso voce não vê nos anuncios de venha morar no Alphavile. Viva ao lado da natureza no condomínio dos Passarinhos, ou Acorde com os pássaros no Mediterrâneo. Estes empreendimentos já existem. Centenas de outros estão previstos. Vai ter muito morador que não vai gostar nada, de seus vizinhos mais antigos. Das cobras, jacarés e outros bichinhos os destruidores podem até se livrar, desmatando tudo em volta. Aí o preço vai ser: aumento descontrolado de ratos, aranhas, escorpiões e outros vizinhos endêmicos do Tarumã. Mas se das “pragas” que rastejam e correm o inavasor também se livrar, dos defensores da Amazônia alados, vai ser mais difícil. Como diria meu amigo Macaxeira: “Viva o defensor da Amazônia. O mosquito da malária! Eu mesmo já fui seu hospedeiro por nove vezes em doze anos de Tarumã.
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