segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vocações do Tarumã

  379O Tarumã não tem vocação para vocação para ser Distrito Industrial, nem Comercial. O que já existe de residencial instalado precisa ser mensurado e regularizado. Novos adentramentos em áreas de florestas nativas restantes deveriam ser completamente proibidos. Novos empreendimentos, apenas com GARANTIA de reposição da flora nativa, ser não poluente, manter distância mínima de 100 metros dos cursos d'água, charcos, nascentes, igarapés, cachoeiras, igapós e fundos de vale. 387 Como conseguir  GARANTIAS daqueles que só pensam em ocupar logo e de qualquer jeito? Nós do blog águabrancaonline acreditamos no poder da COMUNICAÇÃO, aquela velha arte de dizer e ouvir, mantendo sempre uma postura educada, receptiva e despreconceituosa. Assim afirmamos que o Tarumã só é importante para nossa cidade conservado. Se for transformado em jardins psicodélicos, copiados de um urbanismo remoto, adequado para outras culturas, estaremos cometendo na zona rural a mesma incoerência cometida no centro da cidade. A Praça da Saudade, agora, é da saudade mesmo! Suas belas árvores, foram substituídas por arbustos floridos e nos bancos do passado quem ousar tirar uma saudosa soneca depois do almoço, vai morrer de insolação. Sem sombra. Sem árvore.12nov09trilhaigarape017 Melhor voltarmos ao ainda Rural Tarumã, que até hoje abraça com florestas e igarapés, uma parte desta ilha de calor que nós criamos, Manaus. Se a vocação do Tarumã não for ser rural, poderia ser pelo menos ambiental, paisagística, de Relevante Interesse Ecológico e histórico.

DSC06190 O papel que o aguabrancaonline faz no meio de uma cena que se repete há centenas de anos – degradação impiedosa dos recursos naturais no entorno da cidade – é COMUNICAR que o desaparecimento de centenas, milhares de espécies nativas vai comprometer a qualidade de vida dos nossos filhos. O aguabrancaonline afirma a necessidade de planejamento, ampla discussão com moradores e firme compromisso das autoridades no cumprimento das Leis Ambientais vigentes.

A criação do Corredor Ecológico das Cachoeiras Alta e Baixa do Tarumã foi uma boa inciativa do poder público municipal. Agora  vastos fragmentos de floresta, agora têm chance de se manter em pé, embelezando e amenizando a cidade. A grande área que forma Corredor, pode ser considerado um Santuário Ecológico que não pode ser violado. O melhor é que Corredores desta magnitude, acabam levando seus benefícios bem mais longe, atingindo um raio de aproximadamente 12 quilômetros quadrados. É a chamada Área de Entorno, os vizinhos do Corredor, que também são parte integrante da cadeia de proteção ambiental que pretende manter vivas as Cachoeiras mais próximas do centro de Manaus.

381 A vocação do Tarumã é Rural. Imagino em 2014 minha cidade com um enorme Parque Ambiental composto por vários fragmentos de florestas preservados, interligados e monitorados com a ajuda de todos os moradores e vizinhos de cada fragmento.

Digitalizar0002 O Turismo ganharia uma Via-Verde e Manaus uma Avenida do Turismo cheia de atrações sustentáveis e voltadas para a conservação e proteção da fauna e flora. As áreas já degradadas e invadidas precisam ser legalizadas, para receber ação urbanística voltada para a criação de espaços públicos criativos, interativos, paisagísticos, bem iluminados e seguros. Locais de convivência comunitária bem equipados sempre serão motivo de orgulho e alegria para os moradores. Revitalizar é resgatar social e ambientalmente as comunidades esquecidas pelo poder público.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu me sinto um estrangeiro II

A Cachoeira Alta do Tarumã, localizada em Área de Preservação Ambiental, na cidade de Manaus, pertencente ao recém-criado Corredor Ecológico das Cachoeiras Alta e Baixa do Tarumã – , está sendo vítima de uma intervenção “urbanística” que no mínimo vai descaracterizá-la como Patrimônio histórico-natural, ecológico e paisagístico de nossa cidade.

O Prosamim é uma intervenção urbana de grande impacto. Retirou milhares de famílias de uma situação de moradia inadequada que poluía os igarapés, provocava perda de vidas humanas e enfeiava a cidade. O risco de doenças infecto-contagiosas também era alto em todas as áreas atingidas pelo Prosamim.  Sob o ponto de vista sanitário e paisagístico o quadro melhorou, mas deixa a desejar no quesito ambiental, porque optou pelo concreto e a grama, para susbtituir a floresta nas margens dos igarapés canalizados. 

Os moradores foram reinstalados em áreas próximas ao antigo igarapé, onde residiam. As obras canalizaram cursos dágua e urbanizaram as margens com concreto e ferro. Agumas palmeiras e plantas ornamentais completaram a cena. Nossa cidade vai ter que pagar a dívida gerada pela obra de alto custo. O que incomoda é a possibilidade de perdermos o dinheiro do investimento e os benefícios conquistados. Tudo isso pode ser carregado pela enxurrada rápida e incontrolável, de tempestades.

Igarapés- sejam eles urbanos e poluídos ou balneários rurais limpos e conservados -,precisam de muitas árvores ao longo de suas margens, para conter a velocidade das enxorradas e a lavagem do solo que causa assoreamentos, provocados pelas chuvas típicas de nossa região. Grama não segura nem chuva forte, quanto mais enxorrada. Concreto, vira parede, que a força da correnteza arrasta com facilidade.

Essa cena acontece em todos os igarapés da cidade. Nos balneários rurais como o Igarapé Água Branca, - deságua na Cachoeira Alta Alta do Tarumã – uma chuva forte aumenta a correnteza e eleva aos poucos o nível da água. Se a chuva for ininterrupta por pelo menos 3 horas, quando a tempestade acabar o igarapé Água Branca estará supercheio, com água barrenta e fortíssima corenteza que carrega paus, galhos de árvores, troncos, palha de buriti, barro e areia.

O mesmo cenário não será repetido nos locais urbanizados. Ali o concreto e a grama substitituíram as florestas e o igarapé canalizado aumenta rapidamente seu nível, gerando uma correnteza livre de obstáculos que alcança velocidade de vazão muito superior a que registramos aqui no Água Branca, por exemplo. Essa combinação de Cheia quase instantânea e velocidade da correnteza, já destruiu cidades, como vimos recentemente no noticiário nacional.

Lá no bairro do Coroado o canal foi urbanizado na década de 90. Ele foi canalizado, recebeu alambrados, casas foram afastadas do leito e hoje, duas décadas depois o canal está cheio de árvores e o local fora dos noticiários que relacionam tragédias com chuvas fortes em #Manaus. Estas intervenções em igarapés praticamente destruídos e desfigurados pela ocupação urbana não começaram agora e no caso do Coroado, 20 anos depois as margens do canal estão cheias de árvores e o igarapé embora canalizado tem aspecto mais natural.

Urbanizar o Igarapé da Cachoeira Alta é um erro! Uma atitude truculenta, planejada e executada sob a obscuridade das decisões tomadas em gabinetes autoritários. Nós do blogaguabrancaonline não entendemos como o Poder Público realiza intervenções dessa magnitude sem consultar moradores e talvez até à revelia das Leis Ambientais.

Maquiar o igarapé apenas nas proximidades do leito da Cachoeira Alta do Tarumã, representa a desfiguração da paisagem e do ecossitema frágil que envolve as áreas de preservação em todas as Cachoeiras catalogadas no Brasil. A obra, portanto, pode ser considerada ilegal sob a luz de legislação Federal, Estadual e Muncipal.

Obras precisam ser realizadas no Igarapé da Cachoeira Alta, mas têm que ser completas, com retirada de casas, das fontes de poluição e assoreamento, priorizando o replantio de árvores nativas e despoluição de todo o igarapé, desde a nascente, até a foz. O Governo poderia construir apartamentos em outros locais no mesmo bairro e doar aos que saíram do igarapé.

Um Prosamim diferente, voltado para balneários urbanos ainda conservados nas últimas áreas de florestas remanascentes no entorno de #Manaus. Nós temos certeza que os moradores do Tarumã residentes nas margens e até dentro de igarapés iriam gostar de zelar pela qualidade ambiental de um novo bairro. Planejado e com o prévilégio de abrigar um igarapé conservado e revitalizado abastecendo a bela #Cachoeira Alta do #Tarumã.

Tudo isso só é possível com reflorestamento em toda extensão do Igarapé, reintroduzindo espécies nativas. Essa obra é possível, mais barata, definitiva, sustentável e nós a queremos. A Cachoeira precisa dela para continuar existindo. Igarapés canalizados transportam água em alta velocidade. O nível do igarapé aumenta muito e rápido. Esse enorme volume de água gerado, pode causar danos estruturais imprevisíveis em toda a base da Cachoeira Alta. Nos últimos 20 anos ela já perdeu quase 80% do volume de água original, basta comparar os registros fotográficos antigos ou simplesmente medir o tamanho da lage de queda dágua, comparado ao tamanho do filete de água vertente atual.

A Cachoeira Alta, do mais novo #Corredor Ecológico Municipal e todo seu entorno, com área superior a 10 quilômetros quadrados está sob ameaça de urbanização. A Vocação de Corredores Ecológicos no mundo inteiro, passa pela conservação e revitalização dos recursos naturais presentes nas áreas de implantação. Revitallizar essas Áreas de Preservação, significa apenas replantar, limpar, despoluir, desocupar e formar parcerias comunitárias para ajudar a manter, zelar e administrar o modelo.

Mas eu sei que isso não vai acontecer aqui em #Manaus. Vamos ser cidade sede de #Copa com igarapés canalizados, gramados e pracinhas substituindo florestas, até mesmo em balneários como a Cachoeira Alta e o Igarapé Água Branca. Nessa estória, minha cidade me trata como se eu fosse um estrangeiro, passageiro de outro trem. Um trem que não passa por aqui. Se voce não concorda, não importa, tudo já está sendo realizado. Sendo voce um estrangeiro, a obra não é tua e nem prá ti, pertence aos donos da cidade.

Jó Fernandes Farah – Pres. Ong Mata Viva, gestora do blog aguabrancaonline.blogspot.com. 

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cajuí: O cajú nativo do Tarumã em flôres

O Blog @aguabrancaonline abre as cortinas para respeitável público, apresentando: A Florada do #Cajuí, o cajú da floresta remanescente da #APA-Tarumã.    DSC03206 

 

 

 

 

 

 

Com aproximadamente 30 metros de altura o cajuizeiro está carregado de flores que brevemente vão se transformar em frutos que alimentam uma variedade enorme de animais nativos do #Tarumã. DSC03217 

Diferente do cajú comum, nosso cajuí cresce para o alto, enquanto o cajú comum cresce para os lados. No nordeste existem exemplares de pés de cajú que cobrem áreas de quase 1 quilômetro.O Nosso cajú amazônico (cajuí) tem fruto menor, mais ácido e o pé pode passar facilmente dos 40 metros de altura. Aqui na amazônia, crescer para o alto é questão de sobrevivência, pois só as árvores mais altas recebem a luz do sol no meio da mata fechada.DSC03196   DSC03203 O que nós aqui do igarapé Água Branca sentimos ao ver uma árvore tão magestosa e exótica ameaçada de completa destruição, é um misto de tristeza e vergonha, pois o tesouro genético de nossas frutas nativas vai se perder.

DSC03195 O que nós estamos fazendo é coletar sementes para reproduzir mudas. Ao mesmo tempo mostramos para o mundo o que Manaus destroi sem dar o menor valor. Fica o documento assinado nas imagens feitas pelos moradores do Igarapé Água Branca.

 

florestaruma66  Da mesma forma que os cajuizeiros, também estamos perdendo cupuízeiros, cacauizeiros e muricizeiros,  árvores que guardam o tesouro genético de espécies nativas que não sofrem ataques de pragas, porque estão completamente adaptadas ao meio florestal selvagem original. É uma pena, mas  a história mostra que nós amazonenses costumamos perder tesouros. Foi assim na época da borracha, quando sementes de seringueira nativa foram parar na malásia e faliram os ignorantes barões da borracha.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tarumã ainda é rural

P1050709 - Copy O Tarumã agora é considerado bairro. Perdeu a condição de área rural. Isto é um perigo! Não sabemos que tipo de critérios são utilizados para se retirar de um local cheio de florestas, nascentes,igarapés e até igapós a caracterização de sua vocação rural. 279 Nós não conseguimos entender como uma cidade pode abrir mão de seu regulador climático natural, representado por florestas e igarapés. Nós não conseguimos compreender os motivos que levam administradores públicos (alguns até moram no tarumã) a se omitir e permitir que essa área verde vital para a sustentabilidade nossa climática, seja simplesmente descarcterizada e transformada em área urbana de péssima qualidade.515

No Tarumã existem mananciais de vida e ecossistemas ainda equilibrados. O Tarumã abriga animais ameaçadíssimos de extinção. O Tarumã tem um clima ameno, agradável e com diferença de até 3 graus em relação a outras áreas urbanizadas de Manaus.

Ficamos perguntando: O que os turistas da Copa vão ver quando saírem do Aeroporto Eduardo Gomes, via Estrada do Turismo? Hoje quem percorre este trajeto rumo ao centro da cidade, pode ver florestas enormes que poderiam se transformar em parques ou reservas ecológicas. Mas em 2014 com certeza (se o ritmo de destruição e omissão continuar), vão ver indústrias, galpões, casas e muitos bregas travestidos de bares. Essa não é vocação do Tarumã.

200 O Blog aguabrancaonline é contra este avanço da urbanidade sobre a plácida vocação que o Tarumã tem prá ser natural, rural e conservado. Um dia quando a sanidade  for cobrada desta geração gananciosa, cega e ultrapassada, pelo menos poderemos dizer que não andávamos com eles. Nosso caminho é feito de barro, cercado de árvores, com muitos riachos pelo meio.