É lamentável assistir todos os dias o avanço da destruição ambiental no ecossistema Tarumã. Os lagos, igarapés e igapós das bacias do Tarumã-Mirim e Tarumã-Açu estão sendo aterrados, assoreados, dragados e contaminados com todo tipo de lixo. Em apenas dois lagos (Tarumã-Açú e Mirim) um volume de água capaz de encher centenas de milhares de piscinas olímpicas está sendo literalmente destruído. De um lado a poluição tóxica do xorume produzido no “Aterro Sanitário” de Manaus. De outro as invasões humanas em áreas de mananciais, alagados, margens de rios e igarapés. Na parte mais urbana o Tarumã já perdeu 7 cachoeiras, milhares de nascentes, cerca de 70% das florestas nativas, a nimais, insetos e quase todos os pequenos igarapés.
No meio deste cenário lamentável de destruição, descaso governamental e até social, nosso pequeno igarapé Água Branca dá seu aviso: ESTOU VIVO! Nosso blog está mostrando e provando que ainda existe vida nativa pulsante em todos os fragmentos de floresta do bioma Tarumã.
O Igarapé Água Branca nasce no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e avança intacto por mais de 10 quilômetros dentro de uma floresta conservada. Somente na foz, quando ele deságua no já quase extinto igarapé da Cachoeira Alta do Tarumã, a ação humana desfigura nosso Água Branca. A cena é grotesca. Alguém, acim da da Lei, resolveu abrir uma estrada para atravessar um buritizal que ABRIGAVA nascentes e florestas.
Lutando contra todas adversidades, o Água Branca continua vivo. Continua limpando e oxigenando as águas poluídas do recém criado Corredor Ecológico das cachoeiras Alta e Baixa do Tarumã. Continua jogando milhões de litros de água limpa e fria na bacia do Tarumã-Mirim. O resultado pode ser comprovado numa simples pesca noturna no Tarumã-Mirim. Peixes enormes como a piraíba se alimentam dos peixes menores que se criam nos pequenos e raros igarapés ainda vivos.