segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Igarapé da água branca enfrenta pior seca em dez anos.




Nosso trabalho de monitoramento do igarapé Água Branca iniciado em 1996 jamais registrou  níveis de água tão baixos como os constatados  até o dia de hoje. Mesmo sem possuir equipamentos precisos para medir a perda de vazão, constatamos visualmente através de pontos fixos nas margens uma diminuição de aproximadamente 1 metro no volume normal de águas. Nascentes localizadas ao longo das margens do igarapé, já reduziram em 90% a vazão de água nova para dentro do leito. Fica o alerta! Mesmo sem perder florestas em seu entorno o Igarapé da Água Branca está secando e pode simplesmente sumir se o desmatamento for iniciado. Margens de Igarapé só servem para abrigar animais e florestas. O resto é destruição, que pode aumentar com a incidência de chuvas ácidas (fenômeno registrado pela primeira vez no Amazonas, na quinta-feira (26-11-2009), durante realização do encontro preparativo para o COP-15, com a presença do presidente Lula.

Eu vejo flores em você




As florestas cada vez mais fragmentadas e ameaçadas do Tarumã, respondem à agressão humana com uma explosão de flores. Nas margens do Água Branca a florada nativa embeleza ainda mais nosso pequeno pedaço de paraíso. Milhares de animais que dependem destas floradas, surgem ao nascer do sol e até mesmo á noite para o banquete oferecido pelas árvores, arbustos e ervas rasteiras. De dia as abelhas melíponas, borboletas e pássaros sugam néctar e pólem das flores. À noite, morcegos e mariposas também fazem o mesmo e assim o ciclo de reprodução se completa com estes animais realizando a polinização e gerando frutos que vão germinar e formar uma nova geração de árvores nativas.
Quando igarapés e florestas desaparecem milhares de animais ficam sem alimento e vão embora. As poucas árvores que sobram ficam sem seus principais comensais e o ciclo de reprodução é interrompido drasticamente.
A destruição causada pelo avanço da cidade sobre os fragmentos de floresta já está atingindo animais sensíveis como os sauins-de-coleira que antes eram avistados em bandos ativos de até 28 animais. Agora, em nossos avistamentos, esse número não atinge nem dez sauins.
Será que nossa cidade não presa nem mesmo os seus símbolos. Afinal, um Decreto Municipal estabeceu que o Sauin-de-Coleira é símbolo da cidade de Manaus. Parece bem apropriado escolher um animal que está em vias de extinção e completamente abandonado para representar nossa cidade. Do jeito que vai o descaso, em breve seremos extintos do rol de cidades que preservam seus ecossistemas e a beleza paisagística de florestas nativas que mesmo sob pressão, ainda insistem em permanecer nos oferecendo o que de mais belo elas podem dar.



Enquete do Blog

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Árvores de Buriti estão desaparecendo do Tarumã


Entulho de contrução e lixo destrõem Buritizeiros


O Buritizeiro é uma das árvores gigantes do Tarumã. milhares dessas árvores, protegidas por Lei, estão simplesmente desaparecendo das áreas de charcos e nascentes da APA Tarumã. O grande movimento imobiliário que avança sobre os fragmentos de floresta (abundantes na APA), coloca em risco de extinção milhares de árvores. Na Avenida do Turismo, uma placa da Prefeitura autorizou o desmatamento de uma enorme área, deixando praticamente soterrados dezenas de pés de Buriti. O local é uma baixio próximo ao Condomínio Praia dos Passarinhos. Além dos buritizais as nascentes onde eles vivem poderão ser soterradas pelas obras de aterro para construção de um grande depósito de empresa do ramo varejista. Estamos nos preparando para fotografar a tal obra "legal"  e em breve vc vai ver tudo que está acontecendo no local com autorização oficial.

Diário Igarapé

As chuvas de novembro chegaram na hora certa. Ontem e hoje choveu forte no Tarumã. O resultado foi uma elevação no nível do Igarapé e das nascentes, localizadas nas margens de entorno do Água Branca. Centenas de árvores nativas estão com florada intensa e esperamos para este ano uma boa coleta de sementes das espécies que garantem o sombreamento das margens e ao mesmo oferecem alimento para os peixes.
Há mais de cinco anos acompanhamos o aumento da força da água durante chuvas fortes e mudança de cor que passa de águas límpidas e claras para o tom marrom barrento, resultado de desmatamentos nas margens do Água Branca, desde a nascente no aeroporto Eduardo Gomes, até a foz na Cachoeira Alta do Tarumã. O evento é preocupante, pois fica agravado com as enxurradas de água oriundas da Avenida do Turismo, que corta o Igarapé dividindo nascentes do aeroporto e do Condomínio Mediterrâneo.