quinta-feira, 25 de novembro de 2010

27 nov 2010 16:00 CACHOEIRA ALTA TARUMÃ VIVA - performance e coleta de assinaturas NÃO PODE FALTAR

Evento público


Hora
sábado, 27 de novembro · 16:00 - 19:00

LocalizaçãoCachoeira Alta em Tarumã
Av. do Turismo
Manaus, Brazil

Criado por

Mais informaçõesMovimento dos moradores da rua Caravelle para salvar las ultimas florestas e igarapes urbanos vivos dentro de las APA-TARUMÃ.
Performance teatral, mUsical e movimento de coleta de assinaturas solicitando Tombamento da Cachoeira Alta da APA- Tarumã, como Patrimônio Paisagístico; Histórico; Religioso e Ecológico da cidade de Manaus. União pela Conservação dos últimos fragmentos de Floresta Nativa e Igarapés da APA- Tarumã.
Participe, ajude a NATUREZA!
A foto da Cachoeira Alta do Tarumã mostra apenas uma pequena parte do enorme ecossistema influenciado pelos igarapés, cachoeiras e florestas da APA-Tarumã. Água Doce é o produto mais precioso do planeta. Porque estamos destruindo nossas fontes de riqueza? Igarapés sem florestas no entorno,morrem. O evento é um ALERTA para a morte e desfiguração da paisagem na Cachoeira Alta do Tarumã e seu entorno.
 
aguabrancaonline.blogspot.com
É lamentável assistir todos os dias o avanço da destruição ambiental no ecossistema Tarumã. Os lagos, igarapés e igapós das bacias do Tarumã-Mirim e Tarumã-Açu estão sendo aterrados, assoreados, dragados e contaminados com todo tipo de lixo. Em apenas dois lagos (Tarumã-Açú e Mirim) um volume de

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

De grande a pequeno , todos ameaçados!!

O Bioma amazônico está sob intensa ameaça de destruição. Grandes obras em calhas de rios, no meio da floresta, nos alagados, nas margens dos igarapés, em todo canto onde tenha “mato” sobrando, o dinheiro chega disfarçado de progresso, melhoria de qualidade de vida, revolução agrícola, obras, obras e mais obras. É assim, devagarzinho que os endinheirados (sustentam a máquina política) chegam, tomam conta da verdade, do meio-ambiente, das pessoas e do planeta. Para sustentar essa gula humana atual, nosso planeta já está doando uma vez e meia de tudo que consegue produzir.
Belo Monte é um exemplo de invasão “Oficial” atropelando quem se puser pela frente. “Não interessa: Vamos fazer. Precisamos de energia para manter sustentável o desenvolvimento econômico do País”, essa é a postura do governo. Fins, justificando meios. Assim também nasceu o nazismo.
Do mesmo jeito que a hidrelétrica de Belo Monte é ruim para os povos nativos, ruim para a beleza cênica do Xingú e ruim para o ecossistema, condomínios, indústrias, ruas e avenidas, são ameaças para igarapés urbanos. Somos solidários ao movimento BELO MONTE NÃO! porque também estamos tentando salvar um pequeno pedaço deste planeta. O Igarapé da Água Branca, contribui com água limpa e abundante para todo um ecossistema em colapso, localizado dentro da APA-Tarumã em Manaus. Os igapós, lagos, cachoeiras e igarapés que ficam dentro da APA-Tarumã, estão condenados à morte.
Como ninguém toma uma atitude séria para estancar a destruição, nós do blog aguabrancaonline contamos a estória do último igarapé urbano vivo de Manaus. As ameaças chegam de todo lado. Estamos ficando completamente cercados pela cidade. Uma cidade cruel com seus recursos naturais, capaz de matar cachoeiras enormes, igarapés e nascentes cristalinas, lagos cheios de peixes, florestas cheias de vida, abrigando espécimes únicos na natureza, como o já quase extinto Sauin-de-Coleira, que aliás, vive apenas nas matas próximas da indiferente Manaus, que cinicamente o adotou como “Símbolo”.
No dia 16 de novembro 2010 o mundo se mobilizou contra a construção da hidrelétrica  de Belo Monte no Rio Xingu – Pará (PA). O igarapé Agua Branca, também ameaçado está solidário a esta causa. Desenvolvimento sim, mas com responsabilidade ambiental.

Acompanhe a performance
Performance: Recital poema O Sonho do Xamã (português)
Atriz:Inca Ramirez
Poema: Eliakim Rufino
Câmera: Oscarina (Venezuela)
Flauta Melódica:Damião (Mauá)
Voz: Juliana Belota e Michelle Moraes
Música: Canto da floresta
Voz: Juliana Belota
Xequeré: Juliana Belota
Idealização: Juliana Belota



Um xamã yanomami sonhou
que a fumaça da civilização
abriria um buraco no céu
e o céu cairia no chão 

O xamã resolveu avisar
o que o sonho queria dizer
mas ninguem parou pra escutar
pouca gente tentou entender 

Muito tempo depois deste sonho
a ciência pôde então descobrir
que o buraco na camada de ozônio
é por onde o céu pode cair 

O meu sonho é que nada aconteça
Que a vida não tenha final
Que o Xamã não desapareça
que o sonho não seja real 





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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Araçari Tucano

DSC01696 Tudo começou quando nossa amiga Noemi chegou em nossa casa dizendo qua havia trazido um amigo para conhecer o Igarapé Água Branca. Já me preparava para dar as boas-vindas quando ela abriu a mão e apresentou o tal amigo.  Era um filhote de Araçari (minitucano) que ela e o marido haviam encontrado na estrada. Não estava ferido, mas era muito pequeno, quase pelado e muito ativo.  DSC01667
Noemi pediu para que “adotássemos” o filhote até que ele pudesse voar sozinho sem perigo. Meus filhos foram os primeiros a “topar” virar pais postiços de Araçari. O Jozinho de cinco anos (pensava que o araçari era um filhote de tucano) batizou logo o bicho de “Tuco”. Alimentar um filhote de Araçari não foi tarefa muito difícil para eles, afinal não são pais postiços de primeira viagem. O João Miguel, do alto de seus dez anos garantia que era só fazer como fizeram com outros filhotes que criaram.
Os meninos  elaboraram um cardápio que incluia grilos, gafanhotos, larvas e muitas frutas nativas. Rapidinho o bicho começou a voar dentro de casa e a comer sozinho. Um dia pegamos o “Tuco” no flaga comendo até a ração dos cachorros. Observamos muita coisa interessante sobre a “personalidade” dos Araçaris. Primeiro aprendemos que ele comia pouco quando era alimentado por nós. Quando passou a comer só comia muito, mas em pequenas porções com pequenos intervalos.
Nosso amigo “Tuco” cresceu rápido e com asas cada vez mais fortes. Finalmente, neste final de semana, os pais adotivos do “Tuco” resolveram liberar de vez o rapaz para voar livremente no quintal. O Jozinho viu assustado o filhote de Araçari bater forte as asas, voando para o meio da mata. Todos ficamos esperando para ver o que ia acontecer. Derepente o bichinho voa mais alto e some na mata. O Jozinho começou a chorar dizendo que estava com saudade.
  DSC01655 Expliquei para os curumins que bicho nenhum pode ser criado preso. Eles precisam da liberdade para se alimentar e reproduzir. Eles entenderam e logo esqueceram. Foi aí que aconteceu o que ninguém esperava: O Tuco estava parado na janela e quando viu os meninos voou direto para a cabeça do Jozinho. De lá para cá ele nunca mais ficou preso. Agora quando quer, ele dorme nas árvores e quando não voa para dentro de casa e se empoleira na coluna mais alta.           
Agora estamos tendo a oportunidade de observar de perto o desenvolvimento de um filhote de Araçari, cuja espécie, ainda voa em bandos nas florestas do Tarumã, junto com os “primos” maiores, os Tucanos. Não sabemos qual vai ser a reação do nosso jovem “Tuco” quando encontrar com os bandos de Araçari, que por hora estão em outras regiões da APA-Tarumã, mas já, já vão chegar, atrás dos cachos de pupunha, açaí, bacaba, patauá e muitas outras iguarias nativas dos últimos fragmentos de floresta conservada na APA-Tarumã.
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Igarapé Água Branca resiste ao verão mais forte dos últimos 30 anos

346 Os noticiários de jornais locais dão conta de uma super-seca este ano. Na bacia do Ruio Negro os efeitos foram dramátricos. Uma enorme quantidade de água simplesmente evaporou, deixando cidades e comunidades completamente isoladas. Na região do Tarumã-açú e Tarumã-Mirim, milhares de famílias sentiram na pele a seca record. Em quase todas as comunidades o mesmo cenário. Isolamento, falta de água potável e até para tomar banho .
    269 Dezenas de pequenos igarapés secaram completamente, transformando a vida de todo mundo que morava perto. Muitos destes igarapés apresentam volume de água muito maiores que o Água Branca, com nascentes mais preservadase localizadas em locais distantes. Mesmo assim secaram completamente.

DSC06276 Enquanto o cáos se espalhava na APA-Tarumã, nosso Água Branca continuava com nível de água bastante significativo, oferecendo o líquido precioso e limpo para a bacia do Tarumã-Mirim. Milhares de pequenos peixes aproveitaram suas águas frias e correntes para se reproduzir e crescer. A “maternidade-creche” oferecida pelo Igarapé Água Branca não fechou as portas nesta que foi maior seca de todos os tempos no Amazonas.
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A pergunta que fica é: A cidade bruta de Manaus vai matar também este estuário de vida. Nós vamos aterrar e poluir mais um igarapé vivo. Manaus é uma cidade ingrata, injusta e despreocupada com questões vitais que envolvem sustentabilidade e meio-ambiente preservado. Aqui tudo já teve, já foi bonito, já foi limpo, já foi do povo. Já chegou a hora de mudar tudo isso.
279 O Igarapé Água Branca é um exemplo claro de ressistência da vida. Ele não secou porque suas nascentes no Aeroporto Eduardo Gomes, estão preservadas. 90% de sua extensão está cercada de floresta primária. Seus alagados, baixios e mini-igapós ainda estão completamente preservados. É fácil perceber a importância da floresta nativa conservada ao longo de suas margens, onde milhares de pequenas nascentes (que abastecem ininterruptamente com água nova e limpa o leito principal do Água Branca) sofreram bastante com a seca, mas nunca secaram completamente, porque a sombra das florestas as protegiam.
Nossa mensagem, embora seja dura às vezes, na verdade é apenas um GRITO de socorro. Um PEDIDO de clemência e tolerância. Estamos pedindo para Manaus trocar a destruição implacável, pela conservação necessária para a qualidade de vida desta e das futuras gerações de nossa barelândia. Aqui nestas florestas viveram no passado Nações indígenas que juntas abrigavam cerca de 5 milhões de indivíduos. As marcas desta enorme ocupação ainda estão sendo descobertas. Estes povos ocuram a Amazônia e quase não deixaram rastros. Eles RESPEITAVAM E COMPREENDIAM a natureza, por isso não destruiam, nem desfiguravam seu habitat. Nossa geração “progressista moderna” faz completamente diferente. As gerações futuras não vão ter trabalho para encontrar suas marcas. Vão estar muito ocupadas tentando apagá-las.
VIVA ETERNAMENTE ÁGUA BRANCA! Nem que seja apenas na nossa memória.
Nós vamos continuar contando tua estória real.